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Segundo turno em São Paulo: expectativas, candidatos e cenários para a decisão final

  • Foto do escritor: Panorama da Semana
    Panorama da Semana
  • 7 de out. de 2024
  • 4 min de leitura

Atualizado: 22 de abr.

Segundo turno em São Paulo: expectativas, candidatos e cenários para a decisão final
Nunes e Boulos se enfrentarão no segundo turno em São Paulo

Segundo turno em São Paulo

Com uma contagem voto a voto nas eleições mais disputadas da história de São Paulo, a prefeitura da capital paulista será decidida no segundo turno entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL). Nunes tem como vice Ricardo Mello Araújo, que conta com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), enquanto Boulos é acompanhado por Marta Suplicy (PT), apoiada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A disputa deve espelhar a polarização observada nas eleições presidenciais de 2022.


Os próximos desdobramentos da disputa eleitoral devem ser moldados, em grande parte, pelas decisões dos candidatos que não esperam vencer no primeiro turno. A transferência de votos que esses concorrentes podem direcionar a Nunes e Boulos será crucial. Os dois principais candidatos, aliás, tiveram uma diferença mínima de 25.012 votos.


Resultado final da votação à prefeitura de São Paulo


Ricardo Nunes (MDB): 29,48% ou 1.801.139 votos


Guilherme Boulos (Psol): 29,07% ou 1.776.127 votos


Pablo Marçal (PRTB): 28,14% ou 1.719.274 votos


Tabata Amaral (PSB): 9,91% ou 605.552 votos


José Luiz Datena (PSDB): 1,84% ou 112.344 votos


Marina Helena (Novo): 1,38% ou 84.212 votos


Ricardo Senese (UP): 0,09% ou 5.593 votos


Altino Prazeres (PSTU): 0,05% ou 3.017 votos


João Pimenta (PCO): 0,02% ou 960 votos


Bebeto Haddad (DC): 0,01% ou 833 votos (anulado sob Judice)


No segundo turno das eleições para a prefeitura de São Paulo, os candidatos que não avançaram devem direcionar seu apoio. Pablo Marçal (PRTB), por exemplo, adotou uma postura combativa e tentou se associar à imagem de Bolsonaro, atraindo parte do eleitorado conservador. Ele deve declarar apoio a Ricardo Nunes. Esse apoio pode ser estratégico para Nunes, considerando que Marçal conquistou 1.719.274 votos, um número expressivo que pode influenciar a decisão final na disputa.


"Vou apoiar todos os candidatos que estão lutando contra o comunismo no Brasil. Espero que o Ricardo [Nunes] considere nossas principais propostas, já que nosso eleitorado é bastante similar", afirmou Marçal em pronunciamento na noite de domingo (6).


Por outro lado, Tabata Amaral (PSB), que ficou em quarto lugar com 9,91% ou 605.552 votos, declarou apoio a Guilherme Boulos (Psol). "Esse é um voto por convicção, não por negociação. Não subirei em palanques e não abrirei mão dos meus princípios", disse a deputada federal no domingo (6).


Com uma postura majoritariamente progressista, Tabata Amaral, do PSB, partido que também abriga o vice-presidente Geraldo Alckmin, aliado do PT, já era esperada a apoiar Guilherme Boulos. Embora ela tenha enfatizado que sua escolha foi pessoal, seus votos não se transferem automaticamente para o candidato do Psol.


"O eleitorado de Tabata é diverso, incluindo segmentos mais conservadores. No primeiro turno, vimos eleitores de Tarcísio [de Freitas] e [Jair] Bolsonaro entre seus apoiadores. Apesar de seu rápido apoio a Boulos, não podemos supor que seus votos migrem diretamente para ele", afirmou Aryell Calmon, coordenador da BMJ Consultores Associados.


Já Marina Helena (Novo), que ainda não oficializou seu apoio, tem grandes chances de se aliar a Ricardo Nunes (MDB), considerando suas posições conservadoras. A equipe de Marina informou à Gazeta do Povo que ela se reunirá com as lideranças do partido antes de definir sua escolha.


Por fim, Datena (PSDB), que obteve 1,84% dos votos (112.344 votos), declarou que não apoiará nenhum candidato no segundo turno. O apresentador enfrenta uma situação complexa: embora tenha demonstrado simpatia por Boulos, chegando a cogitar uma chapa conjunta em 2023, o PSDB, partido ao qual é filiado, tem um histórico de aliança com Ricardo Nunes, que governou São Paulo ao lado de Bruno Covas (1980-2021).


Boulos e Nunes trocam acusações mútuas, alegando que o outro possui posturas radicais.

Na noite de domingo (6), os discursos de Guilherme Boulos e Ricardo Nunes, após o resultado do primeiro turno, deixaram claro o rumo que suas campanhas devem seguir nos próximos 20 dias. Boulos procura associar Nunes à gestão de Jair Bolsonaro durante a pandemia e ao que ele descreve como o "golpe de 8 de janeiro".


"Do outro lado, temos um candidato apoiado por Bolsonaro, que defendeu sua atuação na pandemia, se posicionou contra a vacina no primeiro turno e minimiza o 8 de janeiro, tratando-o como um encontro pacífico, quando, na verdade, foi uma tentativa de golpe. Já do nosso lado, estamos com aqueles que ajudaram a restaurar a democracia no Brasil", afirmou Boulos.


Junto de sua vice, Marta Suplicy (PT), Boulos busca conquistar os votos da periferia, relembrando as conquistas de Marta enquanto prefeita. "São Paulo é uma cidade rica, a maior da América Latina, e nossa missão é fazer com que essa riqueza chegue a todos. Foi a força das periferias que nos trouxe para o segundo turno. Eu e Marta, que criou os CEUs e o Bilhete Único, estamos comprometidos em continuar esse legado", declarou.


Por outro lado, Ricardo Nunes reforça sua conexão com a ampla coligação que apoia sua candidatura, agradecendo figuras como o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), seu vice, coronel Mello Araújo (PL), indicado por Bolsonaro, e Tomás Covas, filho do ex-prefeito Bruno Covas (PSDB). Nunes também tenta caracterizar Boulos como um candidato radical.


"É importante que todos reflitam sobre as diferenças entre ordem e desordem, experiência e inexperiência, boa gestão e incerteza. Precisamos de diálogo, equilíbrio e ponderação, não de radicalismo", afirmou Nunes.


O atual prefeito também busca reforçar sua imagem de gestor responsável e defensor da segurança jurídica. "Vamos garantir que São Paulo continue atraindo investimentos, gerando empregos e renda. Seguiremos por um caminho seguro, criando oportunidades para quem quer progredir", disse Nunes.


Para Leandro Cosentino, cientista político do Insper, Nunes começa o segundo turno em vantagem sobre Boulos. "Acredito que Ricardo Nunes tenha uma vantagem considerável, em parte por estar à frente da máquina pública, o que faz uma grande diferença, como podemos ver no número de prefeitos que se reelegem no Brasil", observou.


Cosentino também destaca que os eleitores de Pablo Marçal, que teve uma boa performance no primeiro turno, tendem a rejeitar Boulos. "A maior parte dos votos de Marçal provavelmente será transferida para Nunes, ajudando a fortalecer suas chances de reeleição", acrescentou.



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