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Nunes e Boulos avançam para o segundo turno em São Paulo, superando a campanha agressiva de Pablo Marçal

  • Foto do escritor: Panorama da Semana
    Panorama da Semana
  • 6 de out. de 2024
  • 6 min de leitura

Atualizado: 22 de abr.

Nunes e Boulos avançam para o segundo turno em São Paulo, superando a campanha agressiva de Pablo Marçal
Os candidatos à Prefeitura de São Paulo, Ricardo Nunes e Guilherme Boulos

Nunes e Boulos avançam para o segundo turno em São Paulo


Com 99,06% das urnas apuradas, o atual prefeito tinha 29,49% dos votos válidos, enquanto o candidato do PSOL somava 29,04%; o candidato do PRTB ficou em terceiro lugar, com 28,14%.


A eleição para a Prefeitura de São Paulo será decidida no segundo turno entre o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL). Com 99,06% das urnas apuradas, Nunes registrava 29,49% dos votos válidos, enquanto Boulos acumulava 29,04%. As pesquisas de intenção de voto na última semana indicavam uma disputa acirrada entre Nunes, Boulos e Pablo Marçal (PRTB), que ficou em terceiro lugar, com 28,14%.


Nunes começa o segundo turno em vantagem sobre Boulos, considerando que as pesquisas eleitorais mostram uma rejeição significativamente menor ao prefeito em comparação ao candidato do PSOL. Assim, o emedebista teria maiores chances de obter os votos necessários para vencer. Além disso, o eleitorado de Marçal, que quase alcançou o segundo turno, é mais alinhado à direita, o que pode facilitar a migração desses votos para Nunes.


O resultado deste domingo é semelhante ao do primeiro turno das eleições municipais de 2020, quando Boulos enfrentou o ex-prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), que tinha Ricardo Nunes como vice. Naquela eleição, Covas venceu Boulos por 32,8% a 20,2% no primeiro turno e saiu vitorioso no segundo turno com quase 60% dos votos válidos. Nunes apresenta sua gestão como uma continuidade da administração de Covas, que faleceu em 2021 em decorrência de um câncer.


Pablo Marçal encerrou sua participação nas eleições municipais neste domingo. Ele havia planejado conceder uma entrevista coletiva em um centro de convenções em Pinheiros após o resultado, mas não compareceu. O influenciador chegou a contratar um trio elétrico para comemorar na Avenida Paulista, acreditando que venceria a eleição paulistana no primeiro turno, mas o evento foi cancelado.


Nas semanas anteriores, aliados de Marçal afirmavam que, independentemente do resultado, ele sairia fortalecido da eleição e se consolidaria como um líder da direita em nível nacional. No entanto, o futuro político de Marçal ficou incerto, pois ele pode ser condenado pela Justiça Eleitoral e se tornar inelegível após divulgar um laudo médico falso na sexta-feira, dia 4, que acusava Boulos de ser usuário de cocaína.


Tabata Amaral (PSB), que mostrou crescimento nas pesquisas de intenção de voto na última semana da campanha, ficou em quarto lugar, com 9,93% dos votos válidos. Pela primeira vez, após quatro desistências em eleições anteriores, José Luiz Datena (PSDB) foi candidato à Prefeitura e terminou com 1,84%, ficando em quinto lugar. Marina Helena (Novo) ficou em sexto, com 1,38% dos votos.


Ricardo Luis Reis Nunes, de 56 anos, é filiado ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e atual prefeito de São Paulo, tendo assumido o cargo em 16 de maio de 2021, após a morte de Bruno Covas. O ex-prefeito faleceu aos 41 anos, vítima de um câncer agressivo no sistema digestivo, contra o qual lutava desde 2019. Antes de ser prefeito, Nunes foi vice-prefeito e vereador por dois mandatos. Em sua chapa, o vice é o coronel Ricardo Mello de Araújo (PL).


Durante sua campanha à reeleição, Nunes focou em apresentar as realizações de sua gestão nos últimos três anos, beneficiando-se de amplo apoio partidário que garantiu mais de 60% do tempo de propaganda eleitoral. A presença significativa no rádio e na TV foi usada para desconstruir o adversário Pablo Marçal. Na reta final, ele também buscou atrair o eleitorado bolsonarista, chegando a se retratar pela exigência do passaporte vacinal durante a pandemia.


Guilherme Castro Boulos, de 42 anos, é deputado federal e filiado ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Foi eleito em 2022 como o candidato mais votado para a Câmara dos Deputados em São Paulo. Antes disso, nunca ocupou um cargo público, tendo concorrido à Presidência em 2018 e à Prefeitura de São Paulo em 2020. Marta Suplicy (PT), ex-prefeita e ex-ministra, é sua vice.


Boulos adotou uma postura mais moderada nesta campanha para chegar ao segundo turno, alterando suas posições em temas como a descriminalização das drogas e criticando o regime de Nicolás Maduro, na Venezuela. Ele também buscou destacar o legado de Marta Suplicy e evitar ataques diretos aos adversários para se distanciar da imagem de agressividade atribuída a ele por seu passado no Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).


A disputa entre Nunes e Boulos reflete o cenário da eleição presidencial de 2022, que opôs Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Jair Bolsonaro (PL). Lula apoia Boulos, enquanto Bolsonaro apoia Nunes. A participação dos dois líderes, que foi limitada no primeiro turno, deve se intensificar na segunda fase da campanha.


O primeiro turno em São Paulo foi marcado por muitos ataques entre os candidatos. Ricardo Nunes e Guilherme Boulos foram alvos de constantes críticas, especialmente de Pablo Marçal, que se tornou um forte concorrente durante a campanha. Marçal atacou Nunes mencionando um boletim de ocorrência por suposta violência doméstica, registrado pela esposa do prefeito, enquanto acusou Boulos de uso de cocaína — alegação que foi negada pelo candidato do PSOL.


Marçal chegou a divulgar um laudo falso acusando Boulos de ser internado em uma clínica por "surto psicótico grave" devido ao uso de cocaína, documento que foi posteriormente desmentido pela Polícia Civil. Além dos ataques de Marçal, Nunes também precisou reforçar seu vínculo com Jair Bolsonaro para atrair o eleitorado mais conservador, que Marçal conseguiu atrair em parte.


Durante a campanha, uma ala bolsonarista, composta por apoiadores e políticos, declarou apoio a Pablo Marçal, gerando dúvidas entre aliados de Jair Bolsonaro sobre o apoio a Ricardo Nunes. Em determinado momento, pessoas próximas ao ex-presidente admitiram que o apoio a Nunes poderia ser um erro e que Bolsonaro estava mantendo "um pé em cada canoa" na disputa paulistana. "Estamos no muro, vendo no que vai dar. Apostamos no cavalo errado e quem está na frente é o azarão", disse uma fonte próxima ao ex-presidente ao Estadão, em agosto, pedindo anonimato.


Apesar dessa hesitação, Ricardo Nunes reafirmou publicamente o apoio de Bolsonaro à sua candidatura. "Bolsonaro é um cara de palavra. Ele já declarou que tem o apoio à nossa candidatura", afirmou Nunes repetidas vezes, mesmo diante da ausência do ex-presidente na capital paulista e na propaganda eleitoral. Apenas na sexta-feira, Bolsonaro apareceu em uma transmissão ao vivo ao lado de Mello Araújo, candidato a vice de Nunes, pedindo voto para o prefeito.


O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), assumiu o papel de principal cabo eleitoral de Nunes, especialmente diante da postura reticente de Bolsonaro. Tarcísio intensificou seu apoio ao candidato do MDB, indo às ruas para pedir votos e utilizando a propaganda eleitoral para alertar que votar em Marçal abriria caminho para a esquerda vencer em São Paulo. O resultado das eleições do último domingo demonstrou a força do governador como líder da direita na capital.


Pablo Marçal, do PRTB, foi o responsável por grande parte dos ataques contra Ricardo Nunes, a quem se referia como "Bananinha". Outros adversários também seguiram essa linha. Nunes precisou responder a acusações de contratos sem licitação, suposto envolvimento do PCC em empresas de ônibus e participação em um esquema de corrupção conhecido como "máfia das creches".


Guilherme Boulos também fez críticas contundentes à gestão de Nunes, acusando-o de desaparecer durante os apagões de energia em São Paulo. O emedebista, por sua vez, citou o arquivamento, por Boulos, de uma denúncia de suposta "rachadinha" contra o deputado federal André Janones e mencionou, várias vezes, o histórico de invasões do MTST, movimento que Boulos já coordenou.


As acusações de Marçal não se limitaram a Nunes. Ele também fez declarações infundadas contra Boulos, alegando que o candidato do PSOL era usuário de cocaína. Marçal se referia a Boulos como "Boules", uma alusão à linguagem neutra usada por uma cantora que interpretou o Hino Nacional em um dos comícios do candidato.


Ao longo da campanha, houve consenso entre os candidatos de que o primeiro turno foi marcado por um nível elevado de "baixaria" e pouco debate de propostas. Nunes e Boulos perderam o controle em várias ocasiões diante dos ataques de Marçal.


A última pesquisa do Datafolha, divulgada no sábado, 5, indicou que no segundo turno Nunes seria reeleito com 52% das intenções de voto contra 37% de Boulos, apontando um cenário favorável para o atual prefeito.


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