Saúde de Lula após Cirurgia de Emergência: Hemorragia Intracraniana e Recuperação
- Panorama da Semana

- 10 de dez. de 2024
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Atualizado: 5 de jul.

Após uma cirurgia de emergência na madrugada desta terça-feira (10), os médicos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmaram que ele está bem e que não haverá sequelas decorrentes da hemorragia intracraniana diagnosticada após fortes dores de cabeça e indisposição na semana.
O incidente está relacionado à queda sofrida por Lula no Palácio do Alvorada em 19 de outubro e marca mais um episódio de emergência médica durante seu terceiro mandato. Médicos do Hospital Sírio-Libanês em São Paulo realizaram uma trepanação para conter o sangramento intracraniano, resultado de um hematoma tardio causado pela queda.
A cirurgia consistiu em uma perfuração no crânio com a colocação de um dreno para prevenir a compressão do cérebro.
O hematoma estava localizado entre o cérebro e a meninge, abaixo de uma membrana, e não comprometeu nenhuma função neurológica. O sangramento foi completamente drenado e não deve deixar sequelas, segundo os médicos.
De acordo com a equipe médica liderada pelo médico Roberto Kalil, não houve complicações importantes na região craniana e nenhum dano físico foi identificado.
Esse hematoma não se formou no mesmo local do impacto da queda, que ocorreu acima da nuca, mas na lateral da cabeça, situação que é comum após pancadas e pode resultar em hematomas meses depois.
Durante exames de rotina, os médicos identificaram um primeiro sangramento que o organismo absorveu, mas ocorreu um segundo sangramento, que é uma complicação comum em pessoas idosas como Lula, que tem 79 anos.
A cirurgia para drenagem do sangramento durou cerca de duas horas e Lula deverá permanecer com o dreno entre um e três dias.
Lula está fora de perigo e deve ter uma recuperação tranquila. Ele será monitorado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por cerca de 48 horas e, em seguida, deve continuar sua recuperação em um quarto normal no hospital.
A equipe médica informou que as funções neurológicas do presidente estão preservadas e ele apresenta um bom quadro clínico. Apesar da possibilidade de um novo machucado, as complicações semelhantes são raras e não são esperadas novas complicações.
O primeiro boletim médico do hospital, divulgado ainda na madrugada desta terça-feira, indicou que Lula passou por uma craniotomia, mas na coletiva pela manhã, a equipe médica corrigiu, dizendo que foi realizada uma trepanação, um procedimento menos invasivo.
Amigo notou que Lula estava "diferente"
Interlocutores de Lula relataram que um empresário, amigo próximo do presidente, percebeu que Lula estava "diferente" na segunda-feira. Ele reclamava de dores de cabeça e apresentava um quadro semelhante ao de resfriado.
O corpo médico de Brasília foi acionado e após uma tomografia revelou-se a hemorragia intracraniana. Lula foi transferido imediatamente ao Hospital Sírio-Libanês em São Paulo por volta das 22h de segunda-feira.
A viagem ocorreu por recomendação médica devido ao diagnóstico precoce. Durante a coletiva, os médicos explicaram que a mudança no comportamento é comum em pessoas com coágulos cerebrais, explicando as dores de cabeça e a indisposição.
Antes da queda, Lula passou por cirurgia no quadril e outros problemas de saúde
Em 19 de outubro, Lula sofreu uma queda no banheiro de casa enquanto cortava as unhas dos pés, resultando em um corte na parte de trás da cabeça.
Apesar do corte, não foram detectadas complicações graves inicialmente, mas por precaução, ele desmarcou uma viagem à Rússia. Nos últimos meses, Lula passou por outros problemas de saúde, incluindo uma cirurgia de quadril em setembro de 2023 para tratar uma artrose no fêmur direito e um episódio de broncopneumonia em março de 2023 causado pela Influenza A, que o forçou a adiar compromissos internacionais.
Em junho de 2022, Lula enfrentou a Covid-19, mas se recuperou sem sequelas.
O ex-presidente também enfrentou emergências médicas ao longo dos anos, incluindo um câncer na laringe em 2011, tratado com sessões de quimioterapia e radioterapia até a cura em 2012.
A saúde de Lula tem sido objeto de questionamento por opositores políticos, com alguns sugerindo que sua idade e histórico de problemas de saúde possam oferecer limitações para o governo ou uma possível reeleição em 2026.
Em julho deste ano, Jair Bolsonaro questionou as "faculdades mentais" do presidente, enquanto Ciro Gomes chegou a sugerir que Lula estava "cada vez mais fraco fisicamente". Lula, em uma entrevista recente, afirmou que se considera um "menino" e só deve concorrer novamente à presidência se não houver alguém capacitado a "vencer o fascismo".










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